Festa da Padroeira em Honra de Nossa Senhora da Esperança

Nossa Senhora da Esperança

Missa Solene seguida de Procissão

Uma das antigas versões que sustenta o culto da Virgem, diz-nos que já Maria tinha sido concebida sem mácula ou pecado original. Expulso do Templo por não gerar descendência, Joaquim retirou-se para o deserto onde uma visão lhe comunicou que seria pai de uma menina diferente de todas as outras. Este facto fê-lo deixar o ermo e regressar, com “Esperança”, a Jerusalém, onde, à porta do Templo, encontrou Ana, a sua mulher. Os dois beijaram-se e nesse momento, sem o concurso de qualquer outro ato, Maria foi concebida. As reações da Igreja a este relato foram diversas ao longo do tempo.

Em Paderne, mantém-se o culto a Nossa Senhora da Esperança, sendo que em tempos idos, era normal dizer-se que determinada mulher estava de Esperança (ou “Esperanças”) nos primeiros dois a três meses de gestação, o período biologicamente mais problemático. Assim, se a criança “vingasse”, a mãe levava-a ao colo em dias de festividade, para agradecimento pela bênção concedida pela Senhora. Este diálogo entre as mulheres e a Mãe divina, para além de evidenciar a fé, é sinónimo também de uma relação muito íntima, nos períodos de solidão e silêncio do dia-a-dia das mulheres, onde nascia, por necessidade, um amparo de conforto, de esperança e confidencialidade. De igual forma, os homens com problemas de fertilidade (o que, outrora, constituía um constrangimento no seio da mentalidade masculina), “apegavam-se” à Virgem, no sentido de criarem a sua descendência, não só para integração na comunidade, como por necessidade de apoio nas lides agrícolas e comerciais. Por isso, Nossa Senhora da Esperança está intimamente ligada ao conceito de Família e à sua prosperidade.

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Igreja de Nossa Senhora da Esperança de Paderne e ruas da Aldeia
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